O nosso eterno Eça! O intemporal!

Leiam:
"Aqui em Portugal importa-se tudo. Leis, ideias, filosofias, teorias, assuntos, estéticas, ciência, estilo, indústrias, modas, maneiras, pilhérias, tudo nos vem em caixotes pelo paquete. A civilização custa-nos caríssima, com os direitos de alfândega; e é em segunda mão, não foi feita para nós, fica-nos curta nas mangas."

Lembram-se daquela obra muuuito detalhada?! Onde tuuudoo era descrito ao mais ínfimo pormenor?!?!?! Onde até a janela toda pindérica se tornava tão clara na imagem por nós criada?!
Onde uma história de amor e desamor e crítica social nos perseguiu durante dias e dias?!

Também se lembram dos professores a enfatizarem a intemporalidade d'Os Maias?! Pois... É mesmo daí que vem o que transcrevi! A mim, quando leio isto, parece-me uma crónica interessante do Público! Tudo isto é HOJE! Nós ainda somos assim! Começamos a construir a casa pelo telhado e pelo jardim! Os alicerces não são precisos!!! Venha tudo desde que seja melhor do que o que é dos outros!

Se quiserem podem aplicar este post como exemplo ao anterior! O verdadeiro tuga ainda não se conhece a si mesmo! Lá os outros conhece, pensa ele, isso sim! E o melhor é rapidamente sermos melhores ou iguais a eles! Que falta de auto-reconhecimento! É que acabamos por nem saber de nós nem dos outros! TUGA! Acorda! Pelo nosso lindo Portugal!

P.S. Gostaria de acrescentar que tão asnos somos que ainda ontem ouvi um comentário interessante de um turista alemão (para minha grande infelicidade!) - "Pois é, tinha-me esquecido que Portugal é uma colónia britânica!"
Esquecendo a ignorância histórica e cultural deste bendito homem, reparem que já nada nos identifica, a não ser a nossa vontade de perder a nossa identidade!

Tenho dito!

Reflictam!

Grande beijo,
Marie